Ela morreu em 2017 e de lá pra cá, as coisas mudaram muito...as ruas, os prédios (alguns concluídos,mas vazios, alguns em tempos outros lotados, hoje estão deteriorados), as pessoas...Toda vez que passa pelo centro da cidade é como se estivesse vendo pela primeira vez aquela avenida cheia de movimento de carros, ônibus e pessoas - muitas pessoas de um lado para o outro.
Quando chega na sua casa, vê-se mergulhada numa bolha de quatro quartos e uma varanda, cuja vista é um rio de prédios, ela chora copiosamente, mas ninguém vê as lágrimas jorrando por dentro. Ás vezes, o ímpeto é sair imediatamente daquela bolha, pois, há dias que a impressão é de sufocamento..outras vezes, a bolha é tão confortável. Ela luta diariamente com sua mente que parece um mar, ora violento (com tsunamis terríveis que embolam todos os pensamentos de uma só vez, deixando-a em estado de alerta, como na floresta dos solitários), ora calmo (de uma calmaria tão tediosa que ela vê tudo em câmera lenta, como se as horas, minutos e segundos não quisessem fazer o seu ciclo)....